Mas esse desejo considero passado. No momento imagino uma completa paz numa praia paradisíaca com muito sol e um céu deslumbrantemene azul. Uma casa toda branca com detalhes muito coloridos e extremamente simples e clean. Janelas surpreendentemente grandes, varandas e muita luz natural. Frutas frescas, legumes e saladas. Aquela sensação de paz, fazendo piquenique numa grama bem verdinha de baixo de uma árvore de frente para o mar, e uma brisa leve para aliviar o calor.
Realmente, um desejo muito oposto ao outro. Não sei o motivo, deve ser pelo que estou passando. Por mais pessoas que me acolhem com todo carinho, me sinto sem chão, sem um lar, como se tudo o que eu tinha foi embaralhado e jogado na imensidão do espaço.
O pior de tudo, é que se eu tivesse tudo o que desejei, ainda assim não estaria completo. Neste momento não. Eu estaria sozinho.
Quando penso em minha vida quase totalmente diperdiçada no tempo, entro em desespero. Pensar em tudo que eu perdi e estou perdendo. Pior ainda é pensar em minha irmã. Já ligaram com propóstas de emprego duas vezes. Mas que tristeza.
Tomarei muitos remédios e temo acontecer coisas ruins.
Nego-me visitar minha irmã de medo de não conter as lágrimas.
Já tenho medo da vida.
Já cansei de viver.
Mas acredito em Deus e que tudo ficará melhor.
Caro Juan, é sempre difícil falar sem conhecimento por experiência própria, mas é um engano pensar que alguém que já passou dos 40 não tenha sofrido perdas e mesmo na própria carne variados e sérios infortúnios nesta vida. Assim sendo, mesmo que você esteja passando por uma fase difícil - e muito - ainda mais por não ser algo que se restrinja a você ou que possa ser resolvido por você, digo: a vida vale a pena ser vivida, tenha esperança! Em toda situação há um limite, mas limites muitas vezes podem e devem ser ultrapassados, superados. Mire-se nos exemplos históricos que são muitos, e nem precisa ser dos grandes vultos, às vezes basta vermos o dia a dia de uma criança que estuda na África, que anda quilômetros para sentar-se no chão e ter uma aula numa classe sem teto, quase sem lousa, sem material; a vida daqueles que não apenas sofrem de problemas de saúde, mas também financeiros e têm pessoas que dependem exclusivamente de sua renda, de seu trabalho, de sua ajuda para sobreviverem e não podem nem pensar em deixar de trabalhar ou em faltar um dia. E ainda arrumam tempo para estudar algo em busca de um futuro mais próspero. E não é que muitos conseguem? Deus lhe deu o dom da música, que ouso falar é um dos maiores que há, pois parodiando um amante da música que faleceu há alguns anos "quem ama a música [clássica] jamais padecerá de solidão", pois a música nos preenche de uma maneira como só ela pode fazer. Sofrer? Inevitável. Mas, pode-se sofre menos. Sempre. Também sofro muito mais vendo o sofrimento de alguém que amo que sofrendo eu mesmo. Mas há um momento em que até isso é preciso, esse "ver", esse "estar junto" mesmo que seja para chorar. Minhas orações estão com você. Siga em frente!! Prof. Alexandre
ResponderExcluirMeu Deus, você escreve muito bem, cara! Nossa, cheguei a me imaginar em uma cidade realmente fictícia, que só existe pra mim. Sinto quase o mesmo que você, na verdade, exatamente o mesmo. Tenho medo, coisa que qualquer ser humano que se preza tem. Confesso que gostei muito de ti, sua escrita é maravilhosa, estou boquiaberta! Mais um blog que entrará na minha lista de favoritos! <3
ResponderExcluirhttp://www.sahandrade.blogspot.com