Acordei quando o sol nasceu, meu antebraço esquerdo congelando, metade da coberta no chão; levantei estabanado e desliguei o despertador, abri a "janela" e deixei a brisa fria demais para o verão, lamber meus lábios.
Depois do banho deixei que a água quente relaxasse meus ombros. Vesti meus jeans preto e a camisa de flanela xadrez acizentada, peguei meus materiais e desci pra cozinha. Sem muito apetite torrei um pão de forma integral e passei cream cheese. Fui sentir a manhã gelada de um típico outono na sacada, bebericando chá de camomila e anis.
O vento gelado demais obrigou-me a cruzar os braços. O frio me fez lembrar do passado, na época da oitava série, e desejei ter aproveitado mais. Dessa vez consegui sentar no ônibus, e perdi-me na cozinha de séculos atrás, no livro que a professora de história da gastronomia indicara.
Localizei meu grupo e fui até eles, coloquei a touca e adentrei-me na cozinha. Hoje fizemos mirepoix, tomate concassé, fundo de vegetais com sachet d'épices, manteiga clarificada e mais algumas coisas feitas com ossos - me tirando ainda mais a vontade de comer carne.
Saí da cozinha extremamente quente, tirei a touca e respirei ar gélido. Sentado na sombra de uma das árvores, fechei os olhos e deixei meu cabelo fazer cócegas nas pálpebras fechadas, esvaziando a mente.
Também pude ler no ônibus, na volta pra casa, o capítulo em que descreve o banquete do funeral do rei Midas.
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ResponderExcluirSeu posts são fofos.
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