segunda-feira, 22 de abril de 2013

Doce vida

Eu estava sentado no banco da sacada congelando, tomando chá de morango muito doce e pensando em minha vida, na vida da minha família.
Acho que estou iniciando um assunto meio chato de se falar, mas o blog é um lugar bom para dizer coisas do tipo. Eu acho.
Então depois de pensar subi para o meu quarto, liguei uma musica absolutamente nostálgica, dos tempos em que minha vida era boa e resolvi escrever, pra ver se me sinto melhor.
Bom, pra ir direto ao ponto já vou dizendo, eu e minha irmã temos uma doença que segundo os médicos não tem cura, mas como acreditamos em Deus. Essa doença é extremamente agressiva, e quem é portador sofre horrivelmente. Graças a Deus o grau da minha é menos agressiva, e o da minha irmã, é a pior que se pode ter.
Minha irmã está na flor da idade, dezesseis anos, e sofre como ninguém deveria sofrer a quase quatro anos, no qual ela parou de viver.
E eu, quando presenciei a pior crise dela, a dois anos e meio atrás, quando ela gritava a cada trinta minutos de dor e passou a pesar quase trinta quilos e não saia mais da cama, a doença se manifestou em mim.
Fiquei quase um ano sem ir ao médico fazer exames com medo de ter a mesma coisa. E então, sofrendo muito, não pude ir mais as aulas de violão e nem a de violoncelo, minhas notas baixaram na escola e perdi oportunidades de emprego.
E na minha pior crise minha irmã quase veio a falecer de anemia. Fazendo com que minha mãe ficasse na Unicamp quase um mês, e foi aí que eu piorei mais ainda.
Depois de um tempo minha mãe decidiu me colocar em um psicólogo, devido a episódios de depressão. Foi aí que criei forças e fiz exames pra saber o que eu tinha. E realmente tinha a tal doença. Fiquei desolado por um tempo, e então decidi lutar, quase inutilmente.

Hoje me sinto melhor. Tem semanas que não vou a escola, mas estou tentando. Voltei a fazer aulas de violão e parei a psicóloga pra poder pagar as aulas particulares.
Minha irmã também está um pouco melhor. Não vai a escola e usamos cadeira de rodas pra andar no shopping.
Os médicos disseram que não tem mais opções de remédios, que eles não tem mais o que fazer por ela. Então ela foi indicada para um cirurgião, para tirar a parte do intestino inflamada e colocar uma bolsa de colonostomia, a qual ela poderá viver com ela para sempre. O que não adiantará nada, pois inflamará em outro lugar.
Aí eu fico pensando, o que garotas de dezesseis anos pensaria em andar com uma bolsa com cocô dentro para todos os lugares? Pessoas saudáveis que tem tudo, e absolutamente ingratos.

Para quem ler entender melhor, vou citar alguns sintomas: Cólicas insuportáveis, distensão abdominal, problemas nas costas, diverticulite, afitas que podem nascem em lugares inimagináveis como no fundo da garganta (no momento sinto dor na garganta devido as afitas ao virar a cabeça) vermelhidão nos olhos, perda de músculos, anemia, cansaço, hemorróidas, diarréia, perda de apetite, fístula perianal e muitas outra coisas. Isso foi o que lembrei no momento, coisas que eu e minha irmã tem e tivemos.
Sem dizer que não podemos comer qualquer tipo de salada crua, nem nenhum legumes cru, casas da frutas, feijão, pipoca, lactose, comidas gordurosas, corantes, embutidos, refrigerantes, pimenta, alimentos ácidos e várias outras coisas. Claro, não posso evitar queijos, feijão e um pouquinho de pimenta, e sempre passo mal depois de me deliciar. Já a pipoca tenho um desejo louco, mas da última vez que comi realmente passei mal.
E agora esperamos o que será do futuro. Já saí chorando na rua, gritei, fiz greve de palavras e sorrisos (por pouco tempo, hoje sei o quanto isso é importante) fiz muitas coisas, e ainda estamos aqui, sofrendo para fazer uma coisa que muita gente não gosta, tentar viver.

Sei que ficou longo, foi um desabafo, eu precisava colocar para fora.
Mas além disso, estamos esperando em Deus, pois ele tudo pode.

Minha família linda s2



Um comentário:

  1. O título do post é irônico? Não entendi! :/
    Triste, mas verdadeiro!

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